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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Luta corporal indígena


Prova: As lutas corporais são realizadas por homens e mulheres, e o esporte está inserido na cultura tradicional dos povos que o praticam, os povos indígenas: Xinguanos, Bakairi o Huka Huka e os Xavante, de Mato Grosso. Os Gavião Kyikatêjê/Parakatêye, do Pará praticam o Aipenkuit e os Karajá praticam o Idjassú. Esse esporte foi inserido nos Jogos desde a primeira edição, como apresentação. O desejo de se realizar uma competição de lutas corporais nos Jogos é grande, mas é muito improvável devido à grande diversidade de estilos de luta e técnica Algumas etnias lutam em pé, outras ajoelhadas no chão, como o Huka Huka. Por isso, fazem-se apenas demonstrações das lutas existentes na cultura indígena brasileira.

Histórico: A luta corporal dos povos indígenas do Xingu e dos índios Bakairi, de Mato Grosso, o Huka Huka, inicia com os atletas ajoelhados. Começa quando o dono da luta, um homem chefe, caminha até o centro da arena de luta e chama os adversários pelo nome. Os lutadores se ajoelham girando em circulo anti-horário frente ao oponente, até se entreolharem e se agarrarem, tentando levantar o adversário e derrubá-lo ao chão. Os Karajá do Tocantins já possuem outro estilo, pois os atletas iniciam a luta em pé, se agarrando pela cintura, até que um consiga derrubar o outro ao chão. O atleta vencedor abre os braços e dança em volta do oponente, cantando e imitando uma ave. Os Gavião Parakateyê, PA, e os Tapirapé e Xavante de Mato Grosso, têm uma certa semelhança no desenvolvimento das lutas com os Karaja. Não existe um juiz tradicional para essa modalidade, e sim um observado/orientador indígena que seria chamado de dono da luta, cabendo aos atletas, reconhecer a derrota, vitória ou empate. Não há prêmio para o vencedor da luta em todas etnias praticante deste esporte. Há reconhecimento e respeito.

Fonte FUNAI

Xikunahity (Futebol de cabeça)


Prova: É uma espécie de futebol, em que o chute só pode ser dado usando a cabeça. É um esporte praticado tradicionalmente pelos povos Paresi, Salumã, Irántxe, Mamaidê e Enawenê-Nawê, de Mato Grosso. É disputado por duas equipes que podem possuir oito, dez ou mais atletas e um capitão. É realizada em campo de terra batida, para que a bola ganhe impulso. O tamanho do campo é semelhante ao de futebol, e conta com uma linha demarcatória ao centro, que delimita o espaço de cada equipe.

A partida tem início quando dois atletas veteranos, um de cada equipe, dirigem-se ao centro do campo para decidir quem irá lançar a bola ao outro, que deverá rebate-la. Isto é decidido por meio de diálogo e a partida inicia com a primeira cabeçada para o campo adversário, a ser recepcionada por um dos atletas com a cabeça. Após isso, os dois atletas deixam o campo, e não realizam outra atividade durante o jogo inteiro. Na disputa, a bola não pode ser tocada com as mãos, pés ou outra parte do corpo, mas pode tocar o chão, antes de ser rebatida pela outra equipe.

Os atletas Pareci se atiram e mergulham com o rosto rente ao chão, livrando o nariz de tocar o solo, o que provoca uma certa violência no "chute" de cabeça e demonstram toda a habilidade, destreza e técnica necessárias na recepçãoo e arremesso da bola. A equipe marca pontos quando a bola não é devolvida pelos adversários, ou seja, quando deixa de ser rebatida. Quanto maiores as habilidades dos atletas que compõem as equipes, mais acirradas
são as disputas, podendo durar até mais de quarenta minutos.

Histórico: A lenda Pareci conta que o Xikunahity foi criado pela principal entidade mítica da cultura Pareci, o Wazare. Depois de cumprir sua missão de distribuir o povo Pareci por toda a Chapada dos Parecis, Wazare fez uma grande festa de confraternização antes de voltar a seu mundo. Durante a festa, a entidade mítica mostrou a todos a função da cabeça no comando do corpo, e sua capacidade de desenvolver a inteligência e alcançar a plenitude mental e espiritual. Ele também demonstrou que a cabeça poderia ser usada em sua capacidade física, especificamente na habilidade para com o Xikunahity. Foi nesta comemoração que aconteceu a primeira partida deste esporte; ou seja, entrando literalmente de cabeça.

Entre os Pareci, o esporte só é praticado durante grandes cerimônias, como: oferta da primeira colheita das roças, iniciação dos jovens de ambos os sexos, reforma das flautas sagradas, caça, pesca e coleta de frutas silvestres abundantes e a reincorporação de um espírito novo em doentes terminais. A bola utilizada no jogo é peculiar, pois é de fabricação dos Pareci, feita com a seiva de mangabeira, um tipo de látex. O processo de confecção tem duas etapas: na primeira, a seiva é colhida e colocada sobre uma superfície lisa, onde permanece por certo tempo, até formar uma camada ligeiramente espessa. Na segunda fase faz-se a parte central da bola (núcleo), que inclui o aquecimento da seiva de mangaba em uma panela e resulta em uma película. O látex tem suas extremidades unidas, de modo a formar um saco que será inflado com ar, por meio de um "canudo". Depois, o núcleo ganha formas arredondadas e recebe sucessivas películas de látex, obtidas da primeira etapa, até formar uma bola, secar e resfriar, ganhando consistência suficiente para pular. A bola tem aproximadamente 30 cm de diâmetro.

Desde o seu surgimento, a disputa do Xikunahity envolve apostas. Segundo o administrador regional da Funai de Tangará da Serra/MT, Daniel Cabixi, antigamente as apostas envolviam flechas, armas de guerra, animais de estimação, objetos de uso pessoal, familiares ou coletivos. "Dizem os mais antigos que, além de itens pessoais, as mulheres também eram usadas nas apostas", relata. Hoje, sabonetes, rádios, caixas de fósforos, espingardas, pólvora, enfim, objetos particulares são colocados como prêmios para as disputas. As apostas são feitas discretamente e sem um compromisso explícito, valendo o acordo da palavra. A equipe vencedora, além de ganhar os objetos apostados, recebe um troféu simbólico. As mulheres e crianças não têm participação direta nas equipes que disputam o Xikunahity, pois é um jogo masculino, cabendo a elas a participação na torcida desse esporte. Já entre os nawenê-Nawê, o esporte só é praticado dentro da festa do Yãkwai, festa espiritual realizada durante seis meses. A primeira apresentação oficial em público do Xikunahity aconteceu durante o II Jogos dos Povos Indígenas, realizados em Guairá, PR, em outubro de 99, pelos Pareci. Hoje, é um esporte de demonstração neste evento. O Povo Enawenê Nawê participou pela primeira nos IV Jogos, realizado em Campo Grande, MS, em outubro de 2001 e apresentou esse esporte com os Pareci.

Fonte FUNAI

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Copa do Mundo de Futebol na Teoria da Conspiração


O cinema “roliúdiano”, as novelas brasileiras, o Vaticano, o Edir Macedo, a ONU, o Greenpeace, o G8, o G12, a G Magazine (essa é brincadeira), a Nova Era, o Chico Xavier, a Xuxa, o Lula, a Dilma, a Nike, a Adidas, a Copa do Mundo de futebol.
De minhas recordações remotas posso começar por 1966, Inglaterra campeã com um gol que não aconteceu.
Em 1970 o Brasil necessitava politicamente daquele titulo, apesar de eu considerar aquela a melhor seleção de todos os tempos, as vezes dá certo e coincide a necessidade com a capacidade de suprir.
1974 Alemanha em casa. 1978 na Argentina falida, fu..., o titulo ilegal mais explícito da historia; de 82 a 94 menos explicitas até que chegamos ao marcante ano de 98, com uma França politicamente obrigada a vencer em casa, o caso Ronaldo/Nike/CBF/FIFA e o oculto dos bastidores. 2002 um titulo “Mandrake” do Brasil. 2006 o tetra italiano. 2010 mais uma copa moldada, desta vez em torno da Espanha, com uma Holanda sendo usada de laranja pela terceira vez. Detalhes muito bem elaborados, projetos muito bem executados, uma propaganda que funciona, para uma África bem vendida, e um ciclo de 32 países bem manipulados a cada 4 anos? Não, a cada momento, cada ar que respiramos são milhares de vírus lançados pelos lideres mundiais que manobram a sociedade em torno da instalação da Nova Ordem Mundial.


Diego Marcell
12/07/10

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A VAGA - O surf mora na filosofia



O documentário A VAGA é resultado Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação do Instituto de Artes do Pará, baseado em textos de Gilles Deleuze e Daniel Lins, Danielle Fonseca aborda a relação do surf com a arte e a filosofia.
Tem participações especiais de artistas e surfistas de vários lugares do Brasil e da França, como Rico de Souza, ícone do surf brasileiro, o músico João Donato, os escritores Alberto Pucheu e Felipe Stefani, além de Gibus de Soultrait da revista Surf Session, Alex Cavalcante, precursor do surf no Pará e da monja zen budista, a Monja Isshin, de Porto Alegre.O surf nesse filme, literalmente, Mora na Filosofia.

Videoarte documental, A vaga mostra o surf por outro ângulo. Esqueça os vídeos com manobras espetaculares, montagem acelerada e música hardcore. As imagens da artista visual e cineasta paraense Danielle Fonseca reflete com calma sobre o ato de surfar, abordando a relação do esporte com a arte e a filosofia, trazendo poemas de Alberto Pucheu, além de trechos de textos do filósofo francês Gilles Deleuze, que apesar da saúde frágil (e de nunca ter se aproximado de uma prancha em sua vida) conseguiu dar, em seu Abecedário, uma dimensão filosófica ao surf.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A invenção do truco por Mário de Andrade

Piaimã deu um berro medonho:
_ Maanape, meu neto, deixa de conversa! Atira a gente que eu cacei que sinão te mato, velho safadinho!
Maanape não queria jogar o mano mesmo, pegou desesperado em seis caças duma vez um macuco um macaco um jacu uma jacutinga uma picota e uma piaçoca e atirou no chão gritando:
_Toma seis!
Piaimã ficou danado. Agarrou quatro paus do mato, uma acapurana um Angelim um apió e um carará, e veio com eles pra cima de Maanape:
_Sai do caminho, porqueira! Jacaré não tem pescoço, formiga não tem caroço! Comigo é só quatro paus na ponta da unha, jogador de caça falsa!
Então Maanape ficou com muito medo e jogou, truque! O herói no chão. Foi assim que Maanape com Piaimã inventaram o jogo sublime de truco.

(Macunaíma, p. 45)